Em recuperação econômica, com desemprego em queda e tentando se consolidar como polo tecnológico, Portugal criou um visto especial para atrair profissionais de tecnologia oriundos de fora da União Europeia.

Batizado de Tech Visa, o novo visto tem como um de seus principais alvos os profissionais de TI brasileiros. Além de ser menos burocrático do que muitos dos vistos de trabalho, o Tech Visa é também mais rápido, já que tem direito a uma fila acelerada para a análise dos processos. 
 
Para ser elegível ao visto tecnológico, o candidato precisa ser recrutado por empresas que tenham aderido ao programa junto ao Ministério da Economia português. 
 
As empresas selecionadas para recrutar estrangeiros através do Tech Visa são obrigadas a demonstrar que são inovadoras e têm potencial de crescimento também para mercados externos. 
 
Nos cinco primeiros meses em vigor, 85 empresas se credenciaram e pelo menos outras dez estão em processo de análise no governo português.
 
“Através do Tech Visa é possível atrair e reter talentos, cuja produtividade contribua para o crescimento econômico enquanto fonte geradora de atividade e de emprego”, explica, em nota, o ministro adjunto e da Economia de Portugal, Pedro Siza Vieira.
 
O programa, completa, “cumpre igualmente o desígnio do governo de promover a atração de imigrantes, neste caso altamente especializados”. 
 
Embora a média salarial em Portugal seja mais baixa do que em outros países que também têm visto especial para profissionais de TI, como Canadá, Alemanha e Holanda, os portugueses apostam nas similaridades com o Brasil para levar a melhor.
 
A proximidade cultural, o inverno pouco rigoroso e o fato de os dois países falarem a mesma língua são os trunfos portugueses na hora de competir pelos cobiçados trabalhadores altamente qualificados do mercado tecnológico.
 
“Salário é um dos tópicos mais interessantes, mas a maior parte dos brasileiros, na minha opinião, não vem por causa dos salários. Em São Paulo normalmente ganha-se mais do que aqui. Os brasileiros têm a preocupação com a qualidade de vida”, avalia José Paiva, presidente da Landing Jobs, empresa que recruta profissionais da área de tecnologia para empresas de toda a Europa. 
 
“Muitos dos profissionais de TI são jovens que vêm com a família, com filhos. Ter essa semelhança cultural e a mesma língua ajuda na adaptação. Nesse ponto, Portugal leva muita vantagem em relação aos outros países”, diz Paiva. 

Bruno Martins

Software Engineer Founder and Partner WHN HOST and Exclusive System Teacher